Tornar-se pai: desafios contemporâneos / Mariana Gouvêa de Matos

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Os homens foram – e ainda são – expropriados de seus afetos em prol da virilidade. A categoria homem-cis-hétero foi erguida sobre os mandatos acerca do que o homem não podia ser: não podia chorar, não podia falar sobre sentimentos, não podia ser “afeminado”, não podia cuidar... tudo isso para a manutenção do poder, porque se de algum modo ele incorresse no erro de uma postura tida como feminina, a dominação patriarcal não se sustentaria. Ocorre que hoje o ideário igualitário se sobrepõe ao patriarcal, e os homens estão sendo cobrados para que se apropriem do mundo dos afetos. E se apropriar do mundo dos afetos é deixar falar sua vulnerabilidade e, provavelmente, fazer morrer a virilidade. Como nadar contra a corrente, lutar pela desconstrução do patriarcado dentro de si, quando seus processos de subjetivação se deram – e ainda se dão – em meio a esses ideais?